Você sabia que os seus animais de estimação podem contrair uma doença chamada giardíase?
Essa é uma infecção intestinal causada por um protozoário chamado Giardia, que pode afetar tanto cães quanto gatos, e até mesmo ser transmitida para humanos.
A giardíase é uma das zoonoses mais comuns em pets, e pode causar diversos problemas de saúde, como diarreia, vômito, perda de peso, desidratação e anemia. Neste artigo, vamos explicar o que é a giardíase, quais são as suas causas, como ela é diagnosticada, tratada e prevenida. Acompanhe e tire todas as suas dúvidas sobre esse assunto.
O que é a giardíase?
A giardíase é uma doença causada por um protozoário unicelular chamado Giardia, que se aloja no intestino delgado dos animais e se multiplica, causando inflamação e interferindo na absorção de nutrientes.
A Giardia possui dois estágios de vida: o trofozoíto, que é a forma ativa e móvel, e o cisto, que é a forma resistente e infectante.
Os cistos são eliminados nas fezes dos animais infectados, e podem sobreviver por semanas ou meses no ambiente, contaminando a água, o solo, os alimentos e outros animais.
A giardíase é considerada uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida entre animais e humanos, principalmente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados.
Quais são as causas da giardíase?
A principal causa da giardíase é a ingestão de água ou alimentos contaminados pelos cistos de Giardia. Os animais podem se infectar ao beber água de fontes naturais, como rios, lagos ou poças, ou ao comer alimentos crus ou mal cozidos, como carne, leite ou vegetais.
Os animais também podem se infectar ao lamber o pelo ou as patas de outros animais que estejam contaminados, ou ao entrar em contato com fezes infectadas.
A giardíase é mais comum em animais jovens, imunodeprimidos, desnutridos ou que vivem em locais com más condições de higiene e saneamento.
Quais são os sintomas da giardíase?
Os sintomas da giardíase podem variar de acordo com a gravidade da infecção, o estado de saúde do animal e a presença de outras doenças concomitantes. Os sintomas mais comuns são:
- Diarreia, que pode ser aguda ou crônica, com ou sem sangue ou muco, e que pode alternar com períodos de fezes normais.
- Vômito, que pode ser ocasional ou frequente, e que pode conter restos de alimentos ou bile.
- Perda de peso, que pode ser progressiva ou acentuada, e que pode levar à desnutrição e à caquexia.
- Desidratação, que pode ser leve ou grave, e que pode causar letargia, fraqueza, pele seca, olhos fundos e mucosas pálidas.
- Anemia, que pode ser causada pela perda de sangue nas fezes ou pelo déficit de ferro, e que pode causar palidez, taquicardia, dispneia e intolerância ao exercício.
- Dor abdominal, que pode ser localizada ou difusa, e que pode causar desconforto, inapetência, náusea e flatulência.
- Alterações na pelagem, que pode ficar opaca, quebradiça, sem brilho ou com falhas.
Como é feito o diagnóstico da giardíase?
O diagnóstico da giardíase é feito por meio da análise das fezes do animal, que pode ser realizada de diferentes formas, como:
- Exame direto, que consiste na observação microscópica das fezes frescas, à procura de trofozoítos ou cistos de Giardia. Esse método é simples, rápido e barato, mas tem baixa sensibilidade, pois depende da quantidade e da qualidade da amostra, e do estágio da infecção.
- Exame de flutuação, que consiste na mistura das fezes com uma solução de alta densidade, que faz com que os cistos de Giardia flutuem e possam ser observados ao microscópio. Esse método é mais sensível do que o exame direto, mas também depende da quantidade e da qualidade da amostra, e pode ser afetado por outros parasitas ou detritos presentes nas fezes.
- Exame de imunofluorescência, que consiste na adição de um corante fluorescente que se liga aos antígenos de Giardia presentes nas fezes, e que podem ser visualizados ao microscópio com luz ultravioleta. Esse método é mais sensível e específico do que os anteriores, mas é mais caro e requer equipamentos especiais.
- Exame de ELISA, que consiste na detecção de antígenos de Giardia nas fezes por meio de uma reação imunoenzimática, que produz uma mudança de cor proporcional à quantidade de antígenos. Esse método é o mais sensível e específico de todos, mas também é o mais caro e requer kits comerciais.
Além do exame das fezes, o diagnóstico da giardíase também pode ser feito por meio de exames de sangue, que podem revelar alterações como anemia, leucocitose, hipoproteinemia e hipoalbuminemia.
Também podem ser realizados exames de imagem, como radiografia ou ultrassonografia abdominal, que podem mostrar alterações como dilatação, espessamento ou irregularidade da parede intestinal.
Como é feito o tratamento da giardíase?
O tratamento da giardíase é feito com o uso de medicamentos antiprotozoários, que têm como objetivo eliminar os trofozoítos e os cistos de Giardia do intestino do animal. Os medicamentos mais usados são o metronidazol, o fenbendazol, o albendazol e o furazolidona, que devem ser administrados por via oral, na dose e na duração indicadas pelo veterinário.
Esses medicamentos podem causar efeitos colaterais, como náusea, vômito, diarreia, anorexia, salivação excessiva e alterações neurológicas, por isso devem ser usados com cautela e sob supervisão veterinária.
Além dos medicamentos antiprotozoários, o tratamento da giardíase também envolve medidas de suporte, como:
- Hidratação, que pode ser feita por via oral ou intravenosa, dependendo do grau de desidratação do animal. A hidratação visa repor os líquidos e os eletrólitos perdidos pela diarreia e pelo vômito, e prevenir a insuficiência renal.
- Nutrição, que deve ser adequada às necessidades do animal, e que pode incluir dietas específicas, como as de fácil digestão, as hipoalergênicas ou as ricas em fibras. A nutrição visa fornecer os nutrientes essenciais para o animal, e favorecer a recuperação da mucosa intestinal.
- Suplementação, que pode ser feita com o uso de probióticos, prebióticos, vitaminas, minerais ou aminoácidos, dependendo da deficiência do animal. A suplementação visa melhorar a flora intestinal, a imunidade e a cicatrização do intestino.
- Controle da dor, que pode ser feito com o uso de analgésicos, anti-inflamatórios ou antiespasmódicos, dependendo da intensidade e da origem da dor. O controle da dor visa aliviar o desconforto, o estresse e a inflamação do animal.
Agora, eu vou escrever sobre a prevenção da giardíase. Veja a seguir:
Como prevenir a giardíase?
A prevenção da giardíase é fundamental para evitar a disseminação da doença entre os animais e os humanos. Algumas medidas de prevenção são:
Oferecer água limpa e filtrada para os animais, evitando que eles bebam água de fontes naturais ou desconhecidas, que podem estar contaminadas pelos cistos de Giardia.
- Higienizar os alimentos dos animais, lavando bem os vegetais e cozinhando bem as carnes, evitando que eles comam alimentos crus ou mal cozidos, que podem estar contaminados pelos cistos de Giardia.
- Limpar e desinfetar o ambiente onde os animais vivem, removendo as fezes diariamente e aplicando produtos adequados para eliminar os cistos de Giardia, como água sanitária, amônia ou quaternário de amônio.
- Evitar o contato direto ou indireto com as fezes dos animais, usando luvas e sacos plásticos para recolhê-las, e lavando bem as mãos após o manuseio. Também evitar que os animais lambam o próprio ânus ou o de outros animais, que podem estar contaminados pelos cistos de Giardia.
- Vacinar os animais contra a giardíase, se houver disponibilidade e indicação do veterinário. A vacinação pode reduzir a gravidade e a duração dos sintomas, e diminuir a eliminação dos cistos nas fezes, mas não impede a infecção pelo protozoário.
- Levar os animais ao veterinário regularmente, para realizar exames de rotina e verificar a presença de Giardia ou outras doenças. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar complicações e sequelas da giardíase.
Esperamos que essas informações sejam úteis para você cuidar bem dos seus animais de estimação, e também da sua saúde.
Lembre-se de sempre consultar o veterinário em caso de dúvidas ou suspeitas de giardíase.